Eu sou
Eu sou a que no mundo anda perdida
Eu sou a que na vida não tem norte
Sou a irmã do sonho e dessa sorte
Sou a crucificada, a dolorida
Sombra de névoa tênue e esvaecida
E que o destino amargo, triste e forte
Impele brutalmente para a morte
Alma de luto sempre incompreendida
Eu sou a que passa e ninguém vê
Sou a que chora, triste, sem o ser
Sou a que sofre sem saber porque
Sou talvez a visão que alguém sonhou
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou
(Florbela Espanca)
Eu conhecia esse poema há tanto tempo e não sabia de quem era sua autoria. Eis que me deparo com uma comunidade no orkut da poetisa Florbela Espanca, que eu já tinha ouvido falar mas nunca me interessei por conhecê-la profundamente. Entro por curiosidade e encontro a tal, junto com tantas outras que me deixaram encantada. Então, é claro, busquei biografia e mais encantada ainda fiquei.
Estou de férias, e hoje estou meio deprê.
Estou de férias, e hoje estou meio deprê.
O dia todo em casa, tudo bem que transformo meu tempo livre em conhecimentos, estou lendo “Cem anos de Solidão”, Gabriel Garcia Marques e por enquanto sem comentários, por mim já teria terminado de ler o livro de tão bom.
Mas sinto falta de algo, e é algo que eu sinto falta há tanto tempo. Estou feliz em casa, com a família, estou feliz com meu emprego, adoro a escola e o que eu faço, e estou mais feliz ainda com o Pê.
Mas preciso estudar, preciso me dedicar a alguma coisa, algum projeto, ter objetivos, mais conhecimentos, ter vontade de crescer…
Estudar apaixonada por algo, me perder em trabalhos, pesquisas…
Sei lá, parece tolice, mas isso faz tanta falta.
Não quero viver assistindo televisão nas minhas férias esperando o amado chegar da faculdade.
Não quero me conformar em trabalhar o dia todo e descansar a noite..
Falta tanto. É hipocrisia da minha parte não reclamar de pequenos problemas. Isso seria conformismo, e assim não dá.
Eu preciso reagir, mas não sei como.
Eu nunca sei como… e continuo não sabendo.